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A maioria das atividades é de fácil resolução, indico sempre que o professor o faça primeiro para ver o aplicabilidade em determinada turma. Como os pedidos de gabaritos são muitos, não tenho como responder a todos.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Memórias Literárias- Como nos velhos tempos - Interpretação 8º/9ºano

Outro texto finalista de 2010. Na leitura, explorar a linguagem poética, as metáforas. Eu recomendo que os alunos procurem as palavras desconhecidas no dicionário, mas não acharam "jorna" ou não com  o sentido usado no texto. Pesquisei e descobri que é moinho feito em madeira muito usado por imigrantes poloneses e ucranianos no interior  do Paraná. 

Como nos velhos tempos
Aluna: Taynara Leszcgynski

Os momentos passam, as pessoas se vão, a vida muda, o progresso aumenta, e de minha tão amada época só ficaram lembranças. Minha casa era pequena, um berço de humildade, construída com madeira lascada de pinheiro, não existia energia elétrica, tínhamos apenas um lampião de querosene. Éramos pobres, mas vivíamos num lar feliz, apesar das dificuldades em até conseguir o que comer.
No quintal havia um paiol onde guardávamos o pilão, feito de um tronco de madeira maciça escavada, onde socávamos amendoim para fazer paçoca. Tinha também o monjolo d’água e a jorna, que usávamos para fazer farinha e quirera.

Sempre após as chuvas minha mãe ia plantar na horta. Eu a acompanhava, levando a enxada, para ajudar a capinar. O cheiro de terra molhada e o azul do céu se misturavam com as cores dos ipês, despertando magia, e formavam uma aquarela de fantasia, que tomava minha mente e fazia de mim um pássaro, um menino livre, pronto para realizar meus sonhos.
Mal via a hora de chegar o domingo, reunir meus amigos, esquecer do mundo e brincar.Nossas brincadeiras eram simples, porém muito divertidas. Brincávamos de trilha, búlica, esconde-esconde, pular corda, lenço atrás, peteca feita com pena de galinha e palha de milho, bocha com bola feita de tronco de varaneira e carrinhos feitos de tabuinhas.
Às vezes meu pai e minha mãe iam passear à casa de meus avós. Eu e meus irmãos íamos junto. A viagem durava o dia inteiro, o percurso era longo, a estrada, cercada por uma bela mata ainda pura. Quando a escuridão já tomava seu lugar, chegávamos. A lua clareava o céu, meu pai fazia uma fogueira no meio do terreiro, eu e meus irmãos puxávamos uns bancos e sentávamos todos em volta da fogueira, observando as estrelas e escutando as piadas, prosas e causos contados por meu avô.

Quando alguém adoecia, minha avó preparava seus chás; se não estivessem fazendo efeito, meu pai calçava alpargatas e esporas, colocava os arreios no cavalo, e saía a galopar em busca de curandeiros ou benzedeiras. Para ir mais rápido, ele e seu tordilho iam pelos carreiros do meio da mata, percorriam longos caminhos até chegar ao destino.
Em meio a tantas dificuldades, até hoje moro na cidade de Santa Maria do Oeste, as barreiras aos poucos foram sendo enfrentadas e, com muita luta, vencidas.
De minha juventude, recordo-me bem; jogava truco e pife nos torneios. Nos bailes, chimangos e quermesses podiam se ver todos os rapazes e as mocinhas embalados pelo vaneirão e fandango. Eu tocava gaita, sanfona, fazia chorar a viola, fazia gemer o fole da cordeona. Minha felicidade era ver a animação do povo, cantando, dançando, divertindo-se.
Hoje minha alegria é sentar no banco da varanda e tomar meu chimarrão. O vento assovia e traz a saudade que me faz lembrar de minha querência, de minhas raízes, de minha religião.
Lembranças que estavam adormecidas aos poucos vão despertando e renascendo em mim como em um filme. A magia se mistura com a saudade e por um instante sinto como se ainda fosse criança. Mas eis que um forte impulso me puxa. É a realidade que me avisa: “O passado não vai voltar”. Vejo então que toda essa fantasia é fruto da imensa saudade que teima em me perseguir.
E, como dizia uma velha música, “meu chapéu é de palha, meu chicote é de couro. Sim, sou caipira filho de canarinho, neto de sabiá”. Guardo essas minhas histórias em minha memória dentro de meu coração, pois espero que nossa cultura não morra e que se renove de geração para geração. Coisa rara em meio a tantas evoluções. Só desejo que o progresso não mate nossos sentimentos, nem domine nossos corações.

(Texto baseado na entrevista feita com o sr. José Leszcgynski, 66 anos.)
Professora: Julieta Maria Cartelli Simon
Escola: Colégio Estadual José de Anchieta Cidade: Santa Maria do Oeste – PR

Após ler o texto, responda:


1.No texto aparecem muitas palavras desconhecidas, mas que fazem parte da vivência ou cultura  do narrador. 
a) Sublinhe-as.
b) Se que você  não compreender o significado pelo contexto,  use  o dicionário.

2. De quem é a história contada nesse  texto?

3.  Como era o lugar onde essa pessoa passou sua infância? Em que cidade e estado ficava?

4. Apesar da pobreza,  o menino  era feliz e tinha sonhos? Retire do texto um  trecho que justifique essa afirmativa.

5.O domingo era um dia especial, por quê?

6. Na visita aos avós, qual momento era especial para toda a família?

7. O que sabemos sobre a juventude do narrador?

8.No texto o narrador fala de uma vida cheia de lutas, mas também sobre suas alegrias ou felicidade. Cite dois motivos de alegria para cada etapa de sua vida:

Infância


Juventude


Velhice



9.Relacione o penúltimo parágrafo com o título.


10. Dos fatos contatos, qual você achou mais interessante? Por quê?

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